Matosinhos analisou risco de incêndio de todo o seu parque habitacional



O estudo permitiu avaliar as condições de 4400 fogos, onde vivem 10.445 pessoas, e concluiu que, no geral, estão em bom estado.

A autarquia de Matosinhos, através da empresa municipal Matosinhos Habit (MH), encomendou um estudo de análise de risco contra incêndios em todo o parque habitacional camarário do concelho. Terá sido um dos primeiros municípios, “senão o primeiro”, a fazê-lo, considera Miguel Chichorro Gonçalves, do Instituto da Construção, responsável pelo estudo que permitiu avaliar as condições de 4400 fogos, de 54 conjuntos habitacionais, onde vivem 10.445 pessoas. A avaliação foi realizada entre setembro do ano passado e o início de 2018.

O relatório, que será apresentado na quarta-feira, dia 6 de junho, nos Paços do Concelho, conclui que, apesar de existirem alguns setores críticos, nenhum dos conjuntos habitacionais necessita de intervenções de emergência e a esmagadora maioria dos riscos detetados pode ser resolvida com a adopção de medidas de auto-proteção.

Segundo o jornal Público, na origem desta análise estiveram dois incidentes ocorridos o ano passado – o incêndio na Torre Grenfell a 23 de julho, em Londres, que matou cerca de 80 pessoas, e o ocorrido a 6 de junho em Matosinhos, que desalojou mais de cem pessoas num prédio de Leça do Balio.

Tiago Maia, administrador da MH, explicou ao jornal que sendo a Câmara de Matosinhos responsável por um parque habitacional composto por 54 bairros, entendeu-se necessário prevenir “o indesejável”. O administrador apontou ainda outros motivos: a dimensão que os fogos florestais tiveram em 2017 e a possibilidade de se estenderem até à malha urbana.

A análise aos edifícios foi realizada tendo em conta, entre outros, cinco fatores fulcrais. O primeiro passa por um diagnóstico, ou seja, um levantamento que incide em três subcapítulos: prontidão das corporações de bombeiros, que remete para a distância entre os quarteis e o património edificado; disponibilidade de água nas ruas e possibilidade de propagação do incêndio para o exterior do edifício.

A segunda categoria diz respeito ao “comportamento, isolamento e proteção do edifício”, que analisa os riscos de propagação de um foco de incêndio para outros pisos e as garantias da existência de caminhos de fuga até ao exterior.

Outro fator a ter em conta é a evacuação, que está mais direcionada para a forma como esse processo é levado a cabo. Neste ponto denotou existir a necessidade de formação de públicos, tendo em vista comportamentos mais adequados em caso de necessidade de retirada de um edifício.

As condições técnicas do edifício é outro dos pontos a ter em conta, nomeadamente no caso específico de prédios que tenham acoplados estabelecimentos como por exemplo restaurantes. “São edifícios que por norma usam botijas de gás ou centrais térmicas. Nesse sentido, as condições técnicas têm de ser salvaguardadas”, explica Miguel Chichorro Gonçalves, que é também docente do departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia do Porto.

O último ponto diz respeito aos “sistemas e instalações de combate a incêndio”, que dá conta da existência ou não dos requisitos mínimos no que toca a equipamentos de combate a fogos.

De uma forma geral, o estudo revela não existir nenhum complexo habitacional a necessitar de intervenções de emergência, sendo que a maior parte dos riscos detetados podem ser resolvidos com a adopção de medidas de auto-proteção, nomeadamente registo de segurança e plano de prevenção. O estudo refere ainda a necessidade de um aumento do número de marcos de água na rua.

Fonte: Viva Porto

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